Situação da Graduação, Internato, Residência e expectativa para a Fase Amarela foram os destaques do X Fórum da SMCC

31 jul, 2020 | Notícias


Durante a 10ª edição do Fórum “Situação Atual Covid-19 em Campinas”, promovido pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) as declarações do secretário de saúde de Campinas, Dr. Carmino de Sousa foram, pela primeira vez, na direção de que a cidade poderá em pouco mais de uma semana entrar na fase amarela do plano estadual da pandemia.

O Fórum contou com a participação de representantes das três Faculdades de Medicina de Campinas, além de hospitais que recebem alunos do internato ou possuem programa de Residência Médica, que debateram o retorno das atividades acadêmicas, as ações planejadas para o retorno, uso do ensino remoto, reposição de conteúdo prático no Internato e como ficará a Residência Médica nesse e no próximo ano letivo. A preocupação comum foi em garantir o treinamento e conhecimento essenciais para as turmas que estão neste momento de sua formação, reconhecendo que o enfrentamento das adversidades durante uma pandemia também é parte da formação do médico.


O conteúdo completo do 10º Fórum SMCC pode ser assistido pelos Canais da SMCC:

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Giro pelos Hospitais

O tradicional “giro pelos hospitais” com os números atualizados nas unidades hospitalares revelou que há certa estabilidade com alguns casos até de leve queda na taxa de ocupação pelo Covid-19 nos hospitais da cidade. Já a demanda nos prontos-socorros continua alta. O destaque foi para o aumento de pacientes com outros tipos de doenças e necessidades de atendimento.

O projeto do governo estadual, envolvendo o Instituto Butantã em parceria com o COSEMS para testagem de profissionais da saúde assintomáticos (deliberação CIB 55/2020) foi lembrado. Alguns hospitais já adotaram a estratégia de testagem universal de trabalhadores da saúde enquanto outros estão organizando os procedimentos para posteriormente divulgar os procedimentos para seu corpo clínico. A SMCC ofereceu apoio aos hospitais na divulgação para os médicos através de seus canais de comunicação.

Mais uma vez, a organização e parceria entre os hospitais públicos e privados em Campinas foi celebrada como fundamental para o enfrentamento da pandemia em nossa cidade, especialmente no período mais crítico de elevação rápida do número de casos e grande contaminação entre profissionais da saúde. Todas as unidades ampliaram sua estrutura, algumas triplicaram ou até quadruplicaram leitos intensivos. E foram vários os exemplos de um hospital ajudando o outro, independente de ser público ou privado e nesses, sem distinção de qual rede pertence.

O secretário de Saúde de Campinas informou que agora é que realmente o município vive uma fase laranja da pandemia. Segundo ele, pela primeira vez a taxa de ocupação de leitos de retaguarda está abaixo dos 80% e citou que a taxa de letalidade geral no município está em 3,9%. “O Sistema Público sempre está pressionado, mas a gente vem melhorando, despressurizando o sistema. O número de pacientes ainda está alto, mas a gravidade dos casos e a necessidade reduzindo (…) Ainda não esta semana, mas devemos ir para a fase amarela”, afirmou o secretário.

Dr. Carmino disse que diferente de outras cidades do interior que estão tendo piora nas cores das fases (plano estadual) por apresentarem piora nas taxas de ocupação, casos e mortes, isso não ocorre em Campinas, em boa parte pelas medidas mais rígidas desde o início da pandemia. O secretário defendeu manter ainda a suspensão das aulas do ensino fundamental, uma vez que os casos entre crianças podem aumentar.

Outra informação importante foi a de que na segunda-feira começará o segundo inquérito soroepidemiológico para estudar a evolução do contágio pelo SARS-CoV-2 entre a população. Duas mil pessoas em todas as regiões da cidade serão testadas de forma aleatória para avaliar novas ações de contenção.

Um outro projeto da Secretaria de Saúde também vem sendo executado e envolve o monitoramento ativo de 40 idosos através de oximetria por meio da visita dos agentes de saúde. Esta ação, ainda em fase inicial, já trouxe resultados com casos de encaminhamento para hospital de idosos com queda da saturação antes mesmo de apresentar sintomas mais evidentes. Isso ressalta a necessidade de mudarmos a comunicação de que pessoas do grupo de risco devam ir ao hospital apenas quando estiverem com sintomas mais intensos, afirmou Dr. Carmino. O projeto deverá ser ampliado nas próximas semanas.

Testagens

O Coordenador do Departamento de Patologia Clínica da SMCC, Dr. Alex Galoro, narrou sua participação na audiência pública da Agência Nacional de Saúde (ANS) que ouviu sociedades médicas, representantes de Operadoras de Saúde e grupos de defesa do consumidor a respeito da cobertura dos exames para Covid-19 pelos planos de saúde. Existe uma expectativa da determinação do custeio dos testes pelas Operadoras com critérios técnicos bem definidos, aliviando em parte o Sistema Público. Uma posição oficial da ANS é aguardada para os próximos dias.

Assim como citado várias vezes em edições anteriores do Fórum da SMCC, Dr. Alex mais uma vez reforçou a orientação de realizar o Rt-PCR precocemente em qualquer paciente que tenha sintomas gripais, a partir do 1º dia de sintomas, e não aguardando até o 3º dia para colher o exame como registrado em protocolos oficiais. A coleta o mais precoce possível é viável do ponto de vista técnico e pode contribuir muito com o diagnóstico, isolamento e quebra da cadeia de transmissão. Além disso, o teste realizado de forma precoce pode permitir uma repetição posterior ainda dentro do período ideal para aqueles casos que persistam com sintomas suspeitos (detectaria pacientes com resultado  falso negativo no exame inicial).

“Acho positivo a testagem. Tem uma estimativa de aumento (na detecção) de número de casos, mas é importante ter para detectar portadores assintomáticos que possam estar disseminando, então acho importante a iniciativa”.


O retorno das atividades acadêmicas

Representando a Faculdade São Leopoldo Mandic, Dr. André Ribas de Freitas contou que desde o dia seguinte da decretação da quarentena a faculdade transferiu 100% das aulas de todos os alunos para sua plataforma de ensino a distância. As férias do internato foram antecipadas. Existe expectativa das aulas presenciais serem liberadas a partir de setembro. Além de uso obrigatório de máscaras e outros EPI’s por toda a comunidade acadêmica em seu campus, a Faculdade preparou a estrutura física dos prédios para evitar o contágio, com planejamento de testagens e isolamento de casos confirmados junto a estudantes e colaboradores.

A Diretora de Graduação da FCM UNICAMP, Dra. Joana Froes Bragança Bastos, informou que a pandemia impactou muito a Universidade. As atividades presenciais de graduação acabaram suspensas em 13 de março, permanecendo apenas o Internato até o mês de abril.     

“Não haverá o ideal! Vamos trabalhar o melhor dentro do possível. Estamos mapeando as disciplinas essenciais, campos de prática e competências para a Clínica Médica. A FCM Unicamp já oferece cerca de mil horas além do regulamentado para a formação de seus alunos, então temos uma ‘gordura’ (…) Não vamos deixar de formar o médico ideal, mas terá que ter ajuste. Essa é a realidade”, pontuou.

Dra. Joana destacou o empenho de alunos logo no início da pandemia, que se organizaram para criar o Telessaúde, serviço de teleorientação sobre Covid-19 para a população, com a supervisão de docentes. O projeto acabou disseminado para mais de 15 faculdades no Brasil.

A médica disse que alunos do internato já acompanham e discutem casos no pronto-socorro, mas não ocupam a frente de atendimento.

Representando a PUC Campinas, Dr. Flávio Simeão comentou achar que o momento para a formação dos médicos é histórica. Há uma perda da diversidade dos casos com a concentração de pacientes com Covid-19, entretanto, os desdobramentos da pandemia poder trazer ganhos de aprendizado.  

Durante o debate, foi destacado que os alunos do sexto-ano irão se tornar médicos em pouco tempo, e não podem ficar alheios ao que está acontecendo pois em breve serão eles que poderão estar no atendimento aos pacientes. Já os residentes, estes já são médicos e tem a responsabilidade de atuar em todos os cenários. Foi relembrado o período da epidemia de meningite em Campinas, que permeou a formação de vários médicos mais experientes e esta experiência de enfrentamento foi considerada de grande importância na formação profissional.

O vice-presidente da SMCC e presidente da Associação dos Day Hospitals, Dr. José Roberto Franchi Amade ponderou sobre o retorno às aulas presenciais do ensino superior e infantil. “Acho que é completamente diferente. Temos que ver que o risco do retorno das crianças gera risco maior de contaminação”, disse o médico concordando com o secretário em segurar um pouco mais o retorno nessa faixa etária.

A ‍Presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos, comemorou o conteúdo trazido no Fórum. “É um momento único. Estamos construindo a história (…) Acho que ver um caso ou a pandemia é uma experiência, grande e dinâmica. Para os que podem participar é um exemplo muito bonito! É isso que temos que pregar para nossos alunos, este crescimento do lado humano do médico.


O 11º Fórum da SMCC (06/08) trará o tema “IMUNIDADE E IMUNIZAÇÕES” com imunologistas, infectologistas e participação do coordenador dos testes da vacina contra o Covid-19 no HC Unicamp.

Participantes

ANFITRIÃ:
‍Presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos

MODERADOR:
‍Diretor de Comunicação e Marketing da SMCC, Dr. Marcelo Amade Camargo

✔️ Secretaria de Saúde de Campinas

✔️ Rede Mário Gatti

✔️ Faculdade São Leopoldo Mandic

✔️ FCM UNICAMP

✔️ Hospital Celso Pierro / PUC Campinas

✔️ Hospital Vera Cruz / Casa de Saúde de Campinas (Hospital Care)

✔️ Hospital Irmãos Penteado / Santa Casa de Campinas

✔️ Hospital Maternidade de Campinas

✔️ Associação dos Day Hospital Campinas

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