SMCC alerta para que dores agudas no testículo sejam investigadas de forma precoce
A torção de testículo, causa mais grave da dor testicular aguda, deve ser tratada até seis horas após o início dos sintomas para que as chances de preservação da glândula sejam próximas de 100%. Após este período, os riscos de perda do testículo vão aumentando progressivamente. O alerta é da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), que está divulgando um vídeo sobre o assunto, que pode ser acessado neste LINK.
De acordo com o cirurgião pediátrico Dr. Rogério Fortunato de Barros, membro do Departamento Científico de Cirurgia Pediátrica da SMCC, existem várias causas de dor testicular aguda: inflamação do testículo; do epidídimo, que é um tubo que conecta os testículos ao canal deferente; tumores e a torção testicular. “A dor testicular aguda em crianças é séria e deve ser investigada precocemente, já que, dependendo da causa, pode resultar na perda do testículo”, explica.
Segundo o médico, a dor da torção testicular é muito intensa. “Em uma escala de 0 a 10, ela vai de 8 a 10. Uma característica importante é o início súbito, agudo. De uma hora para outra, a criança estava bem e aparece uma dor que nunca aconteceu antes”, comenta.
Geralmente a dor testicular aguda é unilateral, já que a torção ocorre em apenas um testículo. “A dor pode irradiar para a região da virilha, ser acompanhada de inchaço, vermelhidão local e, às vezes, até náuseas, vômitos e febre”, orienta o Dr. Barros. “É importante saber que no tratamento feito após até seis horas da torção do testículo, os cirurgiões conseguem salvar até 100% das gônodas. A partir de seis horas da torção, aumenta progressivamente a chance de perda tecidual e, após 24 horas, a grande maioria acaba perdendo o testículo”, destaca.
Por isso, segundo o cirurgião, é fundamental que os responsáveis pela criança investiguem uma dor de início súbito nos testículos, principalmente em crianças abaixo dos quatro anos, que ainda não relatam bem os sintomas. “Mas também nas crianças maiores, que devem ser orientadas que qualquer dor no pênis ou no testículo seja referenciada aos cuidadores principais para que ela seja levada ao pronto-socorro para diagnóstico e início do tratamento antes das seis horas”, comenta. Não existe prevenção de torção testicular. O problema costuma ser mais comum nas crianças de 3 a 10 anos e também na fase adulta.