SMCC realiza Fórum reunindo gestores públicos e privados da saúde e veem situação preocupante em Campinas

29 maio, 2020 | Notícias

Aconteceu neste último dia 28/05 o Fórum da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) para análise da situação atual da pandemia Covid-19 em Campinas. 

Representantes e autoridades do setor público e privado além de órgãos e entidades de classe estiveram reunidos, através da SMCC, conhecida como a Casa do Médico de Campinas e região, para analisar e discutir expectativas e projeções para as próximas semanas.

O Fórum, destinado a classe médica, terá uma segunda edição em 04/06 para nova análise da situação e promover o debate de pontos importantes do enfrentamento.

Com moderação dos trabalhos feita pela presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos, o Secretário de Saúde de Campinas, Dr. Carmino de Sousa abriu o evento expondo o panorama da Covid-19 na cidade.

Em seguida foi a vez dos principais gestores médicos e diretores de hospitais públicos e privados descreverem a situação em suas respectivas unidades.

Juntamente com representantes das Faculdades de Medicina afirmaram que consideram a situação muito preocupante, ainda mais com o afrouxamento das regras de isolamento social após o anúncio da flexibilização das atividades do comércio e serviços a partir de segunda-feira (01/06), feito pelo prefeito Jonas Donizete.  

Você pode assistir ao I Fórum Covid-19 da SMCC na íntegra através do Canal da SMCC no Youtube CLIQUE AQUI!

Participantes
– Presidente da Rede Mário Gatti, Dr. Marcos Pimenta;
– Delegado de Campinas do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), Dr. Emilio Issa;
– Superintendente do Hospital das Clínicas da UNICAMP, Dr. Antonio Gonçalves de Oliveira Filho;

– Diretor Clínico do Hospital Celso Pierro, Dr. Carlos Mattos; 

– Epidemiologista Dr. André Ribas, representando a Faculdade São Leopoldo Mandic;

– Diretor da Área Hospitalar e Serviços Credenciados (DAHSC) da UNIMED Campinas, Dr. Luiz Gonzaga Massari Filho;
– Presidente da Associação dos Day Hospital de Campinas, Dr. José Franchi Amade;
– Gerente Médico dos Hosp. Vera Cruz / Casa de Saúde, Dr. Bruno Araújo; 
– Gerente Médico do Hosp. Madre Theodora, Dr. Atila Vendite;
– Provedor da Irmandade de Misericórdia de Campinas, Dr. Murillo Almeida;
– Superintendente do Hosp. Galileo, Dr. Admar Concon Filho;

Contribuições do Secretário de Saúde de Campinas, Dr. Carmino de Sousa

Dr. Carmino de Sousa reforçou que os esforços da administração local foram e estão sendo feitos no enfrentamento a COVID-19 com o investimento em EPI’s e suprimentos mesmo com o aumento no preço destes materiais e a queda da arrecadação. Além disso, afirmou que a Prefeitura tem feito quase que diariamente a coordenação da rede de atendimento colocando a unidade Carlos Lourenço em funcionamento. “Também houve um aumento de 50% neste período de leitos de UTI; o que nos deu retaguarda. Ainda ontem estávamos organizando e pleiteando leitos”.

O médico considerou que no começo da pandemia foram registrados bons índices de isolamento social, mas depois foram piorando apesar da insistência em manter o isolamento.

“Tivemos na rede de atendimento primário problemas com exames e diagnóstico. Aqui em Campinas no início da pandemia todos os casos foram monitorados, chegando a ficar com 1.000 (casos) em investigação incluindo os assintomáticos”, comentou o médico.  

Sobre as mudanças nas regras com a abertura parcial do comércio e serviços a partir do dia 01 de junho, o secretário se mostrou preocupado.

“Acho pior o funcionamento clandestino. As críticas vem de todos os lados. Se faz, faz. Se não faz, não faz. Fica difícil tomar uma decisão. Confesso que tentamos entender o contexto de saúde e o social em segundo lugar. Em Campinas, apesar de termos indicadores de casos menores, esta abertura vinda de São Paulo vem no momento quando tem números muito altos tanto de casos como de letalidade em todo o Estado. Resta muita dúvida. Será que não estão se afobando? Já que estamos no pior momento? É difícil!”, alertou Dr. Carmino de Sousa.

Presidente da Rede Mário Gatti, Dr. Marcos Pimenta

O médico citou que os leitos de UTI estão sendo monitorados quanto a capacidade de ocupação. Informou que a Rede Mário Gatti além de administrar os dois hospitais (Mário Gatti e Ouro Verde), as quatro UPAs e SAMU fará também a gestão do hospital de campanha com a expertise da ONG Expedicionários da Saúde, reconhecida pelas expedições na Amazônia. “O hospital está com 54 leitos, mas poderá chegar a 114 leitos se fizer necessário”.

“O momento é extremamente delicado, estamos em uma ladeira muito íngrime. Não sabemos em que ponto da ladeira estamos. Não sabemos o quanto a gente tem a subir ainda. Qualquer pessoa que for falar será opinião pessoal. Não há certezas neste momento. Tivemos aumento nos casos mais complexos. Há uns 12 dias tivemos sim uma sobrecarga nas internações e tivemos que aumentar os leitos pela Rede credenciada. Só no Complexo Ouro Verde dos 40 (leitos UTI), 30 destinamos somente pacientes com COVID. Na sexta, ampliamos mais 15 e estavam lotados no sábado. Agora, temos 198 leitos, 60 em terapia intensiva. Por isso, que estamos ampliando mais 30 leitos para final de semana para os pacientes de alta complexidade”.

O médico insistiu: “A gente não sabe o tamanho e nem quão íngreme é esta ladeira que estamos subindo. Agora a tarde (28/06) só estávamos com dois leitos (vagos). É muito dinâmico e a cada minuto muda. Um fato que é muito agravante porque é um paciente (Covid-19) que dura duas, três semanas para sair.”

Dr. Marcos Pimenta afirmou que neste momento a Rede não tem problemas com falta de equipamentos e materiais porque mesmo com alto preço estes materiais foram adquiridos. Mas que a administração já recorreu ao Ministério Público, através do GAECO, para investigar os casos de cobranças abusivas.

Presidente da SMCC, Dra. Fátima Bastos

“Poder proporcionar o canal para que toda a classe médica ouça as autoridades e lideranças em saúde nos ajuda a promover uma unificação no entendimento e nas ações necessárias para enfrentar o momento. Esse sempre foi o papel da SMCC. Sabemos que o pior momento é agora e temos que apoiar a classe médica e os profissionais de saúde. Eles estão na linha de frente dos atendimentos e precisam de nosso respaldo. Precisamos garantir os leitos, os suprimentos, os EPI’s para que possamos ter condições de trabalho, higiene e proteção à saúde de todos”.

II FÓRUM SMCC  – SITUAÇÃO ATUAL COVID-19 EM CAMPINAS

A segunda edição acontecerá no dia 04/06, a partir das 19h, com uma rodada de perguntas e respostas. Nesta 2ª edição, médicos a frente da gestão dos principais serviços de saúde debaterão os pontos mais importantes da estratégia de enfrentamento em nossa cidade como a situação dos leitos, medicamentos, EPI’s e testagem, por exemplo.


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