Com um cenário muito próximo dos casos reais de acidentes, a simulação realizada nesta terça-feira (14/05), no Viaduto do “Laurão”, em Campinas, contou com uma equipe com mais de 100 pessoas entre organização e equipes de atendimento.
A organização do evento foi uma realização do Comitê do Trauma da SMCC, da Disciplina de Cirurgia do Trauma da Unicamp e Empresa de Desenvolvimento de Campinas – EMDEC / SETRANSP, com apoio da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado – SBAIT, Corpo de Bombeiros de Campinas, Grupo de Resgate – GRAU, SAMU Campinas, Unimed Campinas e Concessionária Rota das Bandeiras.
Na lista de participantes foram 32 alunos e 09 residentes das Ligas do Trauma da UNICAMP e PUC Campinas, 03 Professores da UNICAMP, Alunos de enfermagem e coordenadores, 02 pessoas da SMCC, 02 pessoas da Defesa Civil, 12 pessoas do SAMU, 08 Bombeiros, 07 Rota das Bandeiras e 17 pessoas disponibilizadas pela EMDEC, além do efetivo da Guarda Municipal e Polícia Militar.
O grupo teve reuniões preparatórias para o Simulado com meses de antecedência. Uma história foi criada para estabelecer o atendimento: um motorista embriagado que dirigia em alta velocidade perde controle do veículo ao atender o celular, caindo do viaduto e promovendo a colisão de duas motocicletas e um ciclista.
O enredo ajuda a dar maior complexidade as supostas necessidades de atendimento, além do simulado ter ocorrido à noite. A cena permitiu três principais causadores de eventos traumáticos em Campinas – velocidade, álcool e celular.
As vítimas foram personagens interpretados pelos estudantes de medicina e de enfermagem que se maquiaram horas antes na sede da SMCC. As maquiagens de lesões e traumas chegaram muito próximas da realidade. Os alunos da Liga do Trauma da Unicamp Diego Gutierrez e João Pedro Paludetto falam que “foi uma das melhores experiências da graduação, foi uma experiência fenomenal”.
Neste ano, o comitê organizador inovou colocando os residentes do 3º ano de Medicina de Emergência e de Cirurgia do Trauma da Unicamp para atenderem no ambiente real, sendo “sombreado” também por profissionais que já atuam no ambiente pré-hospitalar. O “sombra” era o que apresentava os achados de sinais vitais e de exame físico que não são possíveis de simular para os profissionais do resgate.
“A experiência foi enriquecedora e mostra a necessidade contínua de aprimoramento e integração entre as equipes que atuam no pré-hospitalar. E este ano foi de importante iniciativa ter a participação dos residentes, sendo treinados em um cenário complexo, desafiando os seus conhecimentos muitas vezes restritos somente ao ambiente hospitalar”, diz Dr Thiago Calderan, orientador da Liga do Trauma da Unicamp, membro da Diretoria SBAIT coordenando o Comitê Brasileiro de Ligas do Trauma e membro do Comitê de Trauma da SMCC.
Profissionais de diversos serviços comemoraram o evento
A coordenadora do Grupamento de Resgate de Campinas, Dra Melissa Nucci Brandão, registra que “o clima de simulado no ambiente noturno foi muito bom, ainda mais com a participação dos residentes que estavam vibrando de tanta empolgação. Foi maravilhoso!”
“É bem legal esta junção com todos os órgãos de trânsito e a participação dos estudantes de medicina e de enfermagem para poder acompanhar um protocolo de atendimento. É muito diferente viver na rua do que no ambiente da Faculdade. Se um dia acontecer algo semelhante, cada um sabe o que fazer e diminuir erros prováveis de acontecer”, comentou o Subcomandante do 7º Grupamento de Bombeiros, Paulo Monteiro Filho.
Do Comitê de Educação da SBAIT, o chefe da disciplina de cirurgia do Trauma da UNICAMP, Prof.Dr. Gustavo Pereira Fraga (SP) comentou sobre a forma de organização no momento da ação. “Interessante ter sido a noite para dar maior complexidade ao atendimento. Você vê que tiveram que improvisar iluminação e foram muito bem com o isolamento da área, colocação das lonas para casos mais graves e, conseguiram fazer bem a remoção de vítimas. Foram muito bem!”.
“A conscientização da população é um dos objetivos das ações do Maio Amarelo e conscientizar no seu próprio ambiente de trabalho e ensino, unindo profissionais e deixar esta experiência marcante em cada um que lá esteve e dos 35 alunos de graduação em Medicina e Enfermagem, é recompensador, por mostrar que estamos sedimentando primeiro os conceitos de Prevenção de Trauma dentro de nossos alunos, representados pelas Ligas de Trauma”, finaliza Dr Thiago Calderan.