Setembro Verde é o mês de conscientização e incentivo para a doação de órgãos. E hoje, 27 de setembro, é o Dia Nacional de Doação de Órgãos. Um único doador pode salvar a vida de várias pessoas, já que é possível doar mais de um órgão e também tecidos. Para ser um doador, é fundamental comunicar essa decisão à família, que é quem vai consentir ou não a autorização para a equipe médica realizar o procedimento.
“A doação de órgãos é um ato em que a pessoa que doa não sabe quem vai receber e não se importa com isso. E a pessoa que recebe agradece a alguém que ele não conhece, mas sabe que o seu ato é de bondade e de doação”, explica o neurologista e médico intensivista Dr. Luiz Antônio da Costa Sardinha, coordenador da OPO (Organização de Procura de Órgão) do HC da Unicamp e membro da SMCC.
De acordo com ele, em 1997, foi criada uma lei que obrigava a pessoa que quisesse ser doadora de órgãos a especificar isso em seu documento pessoal. No entanto, a partir de 2001, voltou-se a solicitar a autorização para a família.
Para que uma pessoa seja doadora de órgãos, é necessário o diagnóstico de morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que determina a interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro, incompatível com a vida, irreversível e definitiva. Esse diagnóstico deve ser feito por dois médicos capacitados e confirmado por um terceiro médico.
Podem ser doados órgãos ou tecidos. “Os órgãos que podem ser doados são pulmão, coração, fígado, rins e pâncreas e até o que chamamos de multiviscerais, que são pequenos segmentos tanto do intestino fino quanto do intestino grosso, e também os tecidos: as córneas, os ossos, as peles, as válvulas cardíacas e os ligamentos ósseos”, explica Dr. Sardinha.
Após efetivada a doação, a Central de Transplantes do Estado é comunicada e, através do seu registro de lista de espera, seleciona seus receptores mais compatíveis.
Também é possível ser um doador de órgãos vivo. Neste caso, a pessoa deve ser maior de idade e juridicamente capaz. Ela pode doar para familiares. Doação para pessoas que não sejam da família são permitidas, mas com autorização judicial prévia. Em vida, é possível doar parte do fígado, parte da medula, um dos rins e parte dos pulmões. O médico deve fazer uma avaliação da pessoa e das doenças prévias. Também é necessário ter compatibilidade sanguínea. Além disso, são feitos testes especiais para selecionar o doador com maior chance de sucesso.
Confira, no link abaixo, o vídeo que o Dr. Luiz Antônio da Costa Sardinha gravou sobre o tema: