Embora a doença possa se agravar e causar até cirrose hepática, é possível evitá-la com mudanças de hábitos diários
A esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado, atinge cerca de 30% da população adulta e pode se tornar crônica, causando fibrose do órgão e até cirrose hepática. Embora as consequências possam ser graves em algumas pessoas, a prevenção da doença é muito simples. Para orientar a população, a SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) elaborou um vídeo com informações bem relevantes sobre o assunto. Confira neste LINK.
“A esteatose hepática é um depósito de gordura dentro das células do fígado que acontece, muitas vezes de maneira crônica, em adultos que têm uma predisposição, alguma obesidade ou alguma alteração metabólica”, explica o hepatologista Dr. Tiago Sevá Pereira (CRM 88.176). “É causada por uma predisposição que pode ser genética ou, muitas vezes, por hábitos de vida. Os mesmos hábitos que levam à obesidade, ao diabetes, à pressão alta”, aponta. Entre os hábitos, estão alimentação inadequada e sedentarismo.
De acordo com o médico, pessoas com diabetes, colesterol alterado, obesidade ou sobrepeso e pressão alta estão entre as que apresentam maior predisposição para a doença. “No entanto, isso pode acontecer também com pessoas que não têm essas predisposições, mas têm alguma alteração genética, com pai ou mãe que já tenham gordura no fígado”, comenta.
Dr. Sevá explica que a gordura no fígado pode, em algumas pessoas, ter uma evolução crônica, com fibrose do órgão e até uma cirrose hepática. “A gordura dentro da célula do fígado pode atrapalhar o funcionamento e causar a morte de uma parte dessas células. Por isso, ela se torna crônica e leva a essas doenças mais sérias”, diz.
Diagnóstico
“O diagnóstico pode ser feito por exames de sangue realizados em check-ups, no seu médico habitual, ou se a pessoa tem algum sintoma, em geral relacionado a náusea, mal-estar, emagrecimento ou mesmo uma dessas doenças que já foram comentadas, como diabetes, colesterol alto ou pressão alta”, comenta o médico.
De acordo com ele, em geral, são feitos exame de sangue e ultrassom do abdome. “Nesse ultrassom, muitas vezes, aparece o achado de gordura no fígado. A partir desse momento, você deve procurar seu médico para fazer uma investigação um pouco mais elaborada e aprofundada, para saber quais são as causas e qual o tratamento, se necessário”, orienta.
Tratamento
O tratamento inclui, na maioria das vezes, uma mudança no estilo de vida. “Exercício físico, diminuição de peso, alimentação mais saudável, com menos gordura e menos açúcar, em geral, é a base desse tratamento”, diz. “Mas existem algumas medicações, alguns tipos de vitaminas e até tratamentos específicos de quem tem diabetes e colesterol alterado que podem ajudar bastante no tratamento também da gordura do fígado”, complementa.
Prevenção
“A prevenção é a mais básica possível. Não ser obeso, alimentação adequada e, principalmente, hábitos saudáveis. Diminuição de consumo de bebida alcoólica e de gordura e realização de exercício físico podem prevenir essa doença de maneira muito efetiva”, finaliza Dr. Sevá.