Dores abdominais em crianças – SMCC explica quais são os sinais de alerta

10 jan, 2022 | Notícias

Cirurgião pediátrico orienta sobre quando é hora de procurar um médico e quais as doenças mais comuns

Dores abdominais são relativamente comuns em crianças. Algumas são de fácil tratamento, com medicamentos via oral ou mudança na dieta, mas outras precisam de atendimento cirúrgico. Para ajudar os pais a saberem quando é hora de procurar um médico, a SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) está divulgando uma série de orientações e os principais sinais de alerta. As orientações também estão disponíveis em um vídeo que você confere neste link).

“O abdome carrega vários órgãos dentro dele, as dores abdominais têm diversas localizações, dependendo do órgão acometido”, explica o cirurgião pediátrico Dr. Rogério Fortunato de Barros, do Departamento Científico de Cirurgia Pediátrica da SMCC e coordenador do Portal Pedline. Saber exatamente o tipo de dor é um desafio, principalmente nas crianças pequenas. “Nas crianças menores, fica mais difícil o diagnóstico porque elas não relatam tão bem o tempo de duração, a intensidade e a localização precisa dessa dor”, comenta. Por isso, pais e pessoas que cuidam da criança devem ficar atentos a outros sinais, como modificações no aspecto das fezes, dores tipo cólica, vômito, presença de sangue nas fezes ou qualquer alteração significativa.

De acordo com ele, em caso de dores de início súbito, a criança deve ser levada a um pronto-socorro. “São aquelas dores que começam de uma hora para outra, de forte intensidade… Que em uma escala de zero a dez, tem nota acima de sete. Essas dores podem estar relacionadas com situação de urgência, então é importante levar ao pronto-socorro para que exames subsidiários de sangue, urina ou de imagem estabeleçam um diagnóstico preciso em relação a causa”, orienta.

Segundo o cirurgião, alguns sinais de alerta são importantes e precisam de avaliação médica. Entre os principais, estão queda do estado geral da criança, taquicardia (elevação da frequência cardíaca), que deixa a criança mais apática, vômitos biliosos, ou seja, amarelados ou que não cessam, sangue nas fezes e dores muito intensas

“As doenças na infância abdominais e cirúrgicas variam de acordo com a idade da criança. As crianças na fase precoce, de zero a três anos, têm mais invaginação intestinal, que é uma obstrução intestinal na qual o intestino dobra e entra nele mesmo, e estenose hipertrófica de piloro, uma hipertrofia muscular que causa uma obstrução no canal gástrico. As crianças maiores têm mais apendicite, eventualmente tumores e outros diagnósticos da idade pré-escolar. Os adolescentes já se comportam muito parecidos com os adultos”, diz.

“O tratamento dessas doenças deve ser feito, como qualquer doença, da maneira mais precoce possível. No caso de uma perfuração ou uma invaginação intestinal, ou uma apendicite, quanto mais tardio o tratamento cirúrgico, maior o risco de complicações. Por isso, os pais e cuidadores devem levar a sério os sintomas e os sinais, e levar rapidamente a criança ao pronto-socorro”, recomenda.

Ele reforça, no entanto, que nem todas as doenças abdominais são cirúrgicas. “Eventualmente, tratamentos com medicamentos via oral ou mudança de dieta já resolvem o caso da dor do seu filho. Porém, algumas doenças são cirúrgicas e necessitam que o diagnóstico seja feito da maneira mais precoce possível”, afirma.

Para prevenir as dores abdominais na infância, é importante que a criança tenha uma dieta balanceada, mantenha o peso dentro da faixa adequada para a sua idade e passe com o pediatra nas consultas de rotina, seguindo a periodicidade estabelecida por ele.

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