Leite materno proporciona diversos benefícios ao bebê, entre eles, anticorpos da mãe e componentes indispensáveis para o desenvolvimento cerebral
A campanha Agosto Dourado tem como objetivo conscientizar e incentivar o aleitamento materno. Embora os benefícios da amamentação sejam muitos, o processo nem sempre é fácil, o que acaba fazendo com que muitas mães desistam de alimentar seus filhos com o leite materno. Para ajudá-las nessa fase, o pediatra membro da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) Dr. José Martins Filho dá uma série de dicas, que também podem ser conferidas no vídeo disponível neste LINK.
“O leite materno é importante porque continua o amadurecimento do bebê, que foi feito intraútero e depois precisa ser complementado no pós-parto imediato, principalmente nos primeiros seis meses. É nesse período fundamental que o aleitamento materno vai fornecer os componentes alimentares indispensáveis para o bom desenvolvimento cerebral, além de transferir anticorpos de proteção que a mãe passa pelo leite materno”, explica o médico.
Ele destaca, ainda, que outro benefício do aleitamento materno é o contato físico, afetivo e emocional do bebê com a mãe. “Isso é fundamental também para o desenvolvimento cerebral e para impedir que a criança sofra estresse tóxico, que é grave e pode lesar neurônios. A criança que é bem cuidada, bem amamentada, fica bem alimentada e protegida não tem oportunidade de ter o estresse”, comenta.
O pediatra pondera que o processo de amamentar nem sempre é fácil. “Quando se fala de aleitamento materno, as pessoas pensam que é uma coisa muito fácil, que é inata e que todos os mamíferos amamentam. Mas tem algumas dificuldades que aparecem e as mães precisam se ajudar”, diz. O ideal, segundo ele, é que a mãe comece a amamentar cedo, já na maternidade, onde deve receber ajuda para aprender a fazer uma boa pega. “O bebê tem de pegar bem o seio da mãe, pegando a aréola, e não mamar só no mamilo porque vai machucar a mãe e infeccionar. Às vezes, dá uma mastite, que impede a amamentação, se não é cuidada”, esclarece.
Outra coisa importante, de acordo com o médico, é amamentar em livre demanda. “Os bebês não usam relógio, não sabem que horas são. Eles vão mamar toda vez que tiverem fome. Então a gente recomenda, nessa fase, para ajudar as mães e os bebês, a chamada livre demanda. A mãe deve atender à necessidade que o bebê tem de ser amamentado. Ele vai chorar, você vai colocar no peito”, diz.
Dr. José Martins também chama a atenção para a vontade de dar mamadeira quando surgem as dificuldades na hora de amamentar. “Quando você introduz mamadeira, o bebê vai pegar o bico de borracha e vai acontecer uma coisa chamada “erro de bico”. Ele começa a se adaptar ao bico de borracha e acaba não pegando o seio da mãe. Então, em vez de ajudar, a mamadeira acaba piorando muito, às vezes. E, nessa hora, você precisa da ajuda do seu médico, da sua enfermeira, da sua doula especializada em amamentação”, orienta.
O processo de amamentação desperta muitas dúvidas e uma das principais é saber se o bebê está mamando adequadamente. De acordo com Dr. José Martins, isso é fácil de saber. “Se ele está tranquilo, está urinando bem, está evacuando bem, está ganhando peso, está feliz e dormindo. Quando um bebê não está bem alimentado, ele vai ficar irritado, ele vai chorar, às vezes, não urina bem e, principalmente, não ganha peso. Nessa hora, a introdução do entendimento de um pediatra ou de um especialista em amamentação é fundamental”, reforça.
Dicas para mães na hora da amamentação:
1 – Desejar amamentar.
2 – Ter a ajuda do seu companheiro e/ou da sua família.
3 – Se preparar para amamentar (durante a gravidez, procurar alguém que entende de amamentação).
4 – Ajudar o bebê a pegar bem o seio (sempre abocanhando toda a aréola).
5 – Não ter horário fixo para amamentar.
6 – Manter a calma e a tranquilidade.
7 – Evitar entrar com mamadeira sem necessidade.