Em formato híbrido, encontro terá abordagem médica e jurídica sobre o tema
A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) realizará, no dia 18 de setembro, o evento “Violência contra Mulheres”, abordando aspectos médicos e jurídicos desse grave problema social. O evento será híbrido, com palestras presenciais no anfiteatro da SMCC e transmissão ao vivo via Zoom, a partir das 19h30. A iniciativa é aberta ao público, com foco em profissionais que atuam na área, e as inscrições podem ser feitas NESTE LINK.
Com a participação de especialistas experientes na área, o evento busca fomentar a discussão sobre a violência contra mulheres. Entre os palestrantes, estão a Dra. Fernanda Garanhano de Castro Surita, professora titular de Obstetrícia do Departamento de Tocoginecologia da FCM/UNICAMP, Dr. José Paulo de Siqueira Guida, professor doutor do mesmo departamento, Dra. Miriam Siesler Nóbrega, ginecologista e obstetra com mestrado em tocoginecologia – Coordenadora da área técnica da saúde da mulher do Departamento de Saúde da Secretaria de Saúde de Campinas, e o Dr. José Henrique Rodrigues Torres, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. A programação abrange uma abordagem sobre os impactos físicos, emocionais e legais da violência, contribuindo para a formação de uma rede de apoio eficaz às vítimas.
Os casos de violência contra a mulher são um problema sério. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, o Estado de São Paulo registrou, em 2023, 447 homicídios contra mulheres, um aumento de 5,7% em relação ao ano anterior. O número de feminicídios cresceu 13,3%, passando de 195, em 2022, para 221 no ano seguinte. A violência doméstica também apresentou um salto de 17,7%, atingindo 61.991 casos em 2023, contra 52.672 no ano anterior. Nesse mesmo período, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo emitiu 90.861 medidas protetivas. O cenário nacional é igualmente alarmante, com o Brasil registrando um estupro a cada seis minutos. O perfil das vítimas de homicídio, conforme dados de 2023, permanece constante: mulheres negras (66,9%), entre 18 e 44 anos (69,1%).
“Diante desses números alarmantes, a SMCC reafirma seu compromisso em discutir questões de relevância social. Falar sobre a violência contra as mulheres é fundamental, especialmente com especialistas de diversas áreas, que podem ajudar a compreender e enfrentar esse problema de maneira mais eficaz,” afirma o Dr. Kléber Cursino de Andrade, organizador e moderador do evento.
A violência contra mulheres requer esforços conjuntos da sociedade civil, dos profissionais de saúde e do sistema jurídico. “Ao promover um evento que integra diferentes abordagens sobre o tema, a SMCC contribui para a conscientização e a formação de estratégias de combate à violência, buscando transformar esse cenário que, ano após ano, vitimiza milhares de mulheres no Brasil”, finaliza o organizador.