Cirurgiã pediátrica da Sociedade de Medicina alerta que o tratamento deve ser cirúrgico e precoce
A hérnia inguinal é uma doença que pode acometer qualquer pessoa, desde que nasce até a idade adulta, e de formas diferentes. Bastante comum na infância, chega a atingir até 5% da população infantil, sendo mais comum nos meninos, em uma proporção de 3 a 4 meninos para cada menina. O tratamento é cirúrgico e deve ser feito precocemente para evitar complicações.
O assunto é tema de mais um vídeo da série Dicas de Saúde SMCC, desta vez com a coordenadora do Departamento Científico de Cirurgia Pediátrica, Dra. Márcia Cavalaro. Assista neste LINK.
“A hérnia inguinal pode ser só de um lado ou dos dois lados da virilha. As causas, nas crianças, são muito diferentes dos fatores que levam o adulto a ter uma hérnia inguinal. Então é importante que a criança seja vista pelo cirurgião pediátrico, pois o cirurgião geral trata essa patologia de forma diferente”, orienta a médica.
Ela explica que por volta do 8º mês de gravidez, o testículo sai de uma posição, que é dentro da barriga, para se alojar na bolsa escrotal, ou popularmente conhecido como “saquinho”. “Nesse movimento de descer da barriga para o saquinho, o testículo cria um canal, que, se não fechado, causa a hérnia inguinal”, diz.
De acordo com a cirurgiã, não há nenhuma forma de prevenir o problema. “Não há nenhuma massagem, não há nenhum creme, não há nada que possa evitar que a criança venha a apresentar hérnia inguinal. Se a criança é prematura, tem uma chance maior de ter a hérnia inguinal”, comenta.
O tratamento é basicamente cirúrgico. Segundo ela, é uma cirurgia simples, em regime de hospital-dia, com alta no mesmo dia. “A hérnia inguinal, uma vez diagnosticada, tem de ser operada. Principalmente nos pacientes recém-nascidos prematuros, a gente não costuma deixar a criança ir para a casa com a hérnia. A gente costuma operar essas crianças antes da alta, porque quanto menor a criança, maior a chance desse intestino entrar pelo canal inguinal e causar sofrimento do intestino ou mesmo do testículo do lado da hérnia, com a perda desse órgão”, alerta.
“Se houver a herniação, a saída, da cavidade do abdômen em direção ao saquinho, a criança perde um pedaço desse intestino e pode, inclusive, ter infecções graves ou a perda do testículo”, ressalta.
No caso das meninas, além de invaginação ou de saída dos intestinos, o ovário pode sair pela hérnia inguinal e torcer, o que pode causar a sua perda.