As duas doenças possuem muitas características em comum e devem ser diagnosticadas precocemente
A SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) está fazendo um alerta sobre os principais sintomas do câncer de estômago e de esôfago. A ação, que conta com um vídeo sobre o tema, faz parte da série Dicas de Saúde, que tem como objetivo levar informações seguras sobre saúde à população em geral. O vídeo pode ser acessado neste LINK.
De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista, Dr. Marcelo Amade Camargo, o câncer de estômago e o de esôfago são dois tipos de tumores do aparelho digestivo que têm muitas características em comum. “São tumores que acometem, principalmente, homens, numa faixa etária de 50, 60, 70 anos de idade. Ambos apresentam sintomas que podem ser difíceis de diferenciar de outros tipos de doença, como o refluxo ou uma gastrite”, explica.
Segundo o médico, entre os sintomas que mais chamam a atenção para esses dois tipos de câncer estão a dificuldade e/ou dor para engolir, dor de estômago persistente, náuseas e vômitos frequentes, perda de peso e até mesmo vômitos com sangue, especialmente em pacientes acima de 50 anos. “Esses sintomas são sinais de alerta que devem chamar a atenção em busca de um diagnóstico”, reforça. “Para saber se os sintomas são de um câncer ou de alguma outra doença, o médico pode pedir uma endoscopia”, comenta.
Dr. Marcelo ressalta que alguns hábitos de vida estão associados a um maior risco para desenvolver câncer de estômago ou de esôfago, entre eles, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas em excesso e a obesidade.
“No caso do câncer do esôfago, temos de ficar atentos à Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), que pode provocar o Esôfago de Barrett, uma condição que aumenta o risco de câncer no esôfago. O hábito de beber bebidas muito quentes, como o chimarrão, também é ruim para o esôfago, assim como o consumo frequente de alimentos em conserva e alimentos defumados”, comenta. “Já no caso de câncer do estômago, nossa principal preocupação deve ser com a Helicobacter pylori, uma bactéria que pode viver no estômago de algumas pessoas e está associada ao aumento de risco de câncer no estômago”, diz.
“Pacientes que têm um tipo de gastrite, chamada gastrite atrófica, ou um parente de primeiro grau que já teve câncer de estômago ou, ainda, alguns tipos de cirurgia no estômago devem procurar um médico mesmo não tendo sintomas, para passar por uma avaliação preventiva”, orienta Dr. Marcelo.
Após o diagnóstico de câncer, o tratamento vai depender de algumas variáveis. “O tamanho, a localização, o grau de invasão, que é saber o quanto esse tumor se espalhou ou se já tem metástase, que são focos do câncer em outros órgãos. Tudo isso vai orientar o tipo de tratamento adequado”, explica.
Pessoas com os sintomas mencionados devem procurar um gastroenterologista, um cirurgião do aparelho digestivo ou um endoscopista para fazer o seu diagnóstico o mais cedo possível.