Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas explica as principais características dessa doença que precisa ser tratada de forma precoce
A DRGE (Doença do Refluxo Gastroesofágico), conhecida popularmente apenas como refluxo, afeta significativa a qualidade de vida das pessoas e, se não tratada, pode desencadear doenças mais sérias, como o Esôfago de Barrett. O diagnóstico, muitas vezes pode ser feito clinicamente e o tratamento está baseado, principalmente, em mudanças do estilo de vida. Para orientar a população que sofre com o problema, a SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) produziu um vídeo, que pode ser conferido neste LINK.
O cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista Dr. Marcelo Amade Camargo explica que o refluxo nada mais é do que quando o conteúdo ácido do estômago sobe para o esôfago, que é um órgão que não estão está preparado para receber essa secreção com frequência. “Isso pode gerar alguns sintomas, como queimação, azia, dor no peito, e, às vezes, até regurgitação, que é quando volta o alimento ou algum líquido de gosto amargo para a boca”, diz.
O médico esclarece que apesar de episódios de refluxo poderem ocorrer em qualquer pessoa, na DRGE, a frequência ou quantidade da secreção é maior ou permanece por mais tempo em contato com a parede do esôfago. “E justamente porque o esôfago não é preparado para suportar essa acidez que começa a ocorrer lesões (as erosões), gerando a esofagite”, alerta. “É muito importante tratar o refluxo para evitar as suas complicações, como úlceras no esôfago, estenoses, que são o estreitamento que impede que o alimento desça normalmente, e até uma condição chamada Esôfago de Barrett, que pode estar associada ao aumento de risco de câncer de esôfago”, orienta.
Fatores que favorecem a ocorrência da DRGE
Algumas situações favorecem a ocorrência do refluxo, como a hérnia de hiato, que é quando uma parte do estômago “sobe” de sua posição normal do abdômen para dentro do tórax; a obesidade; o tabagismo ou durante a gestação, mas, neste caso, o problema tende a desaparecer após o nascimento do bebê.
Diagnóstico
O diagnóstico da DRGE pode ser feito em uma consulta com um especialista, mas em algumas situações, será importante a realização de um exame. O principal deles é a endoscopia digestiva alta, que consiste na introdução de um aparelho pela boca do paciente sob sedação. Esse aparelho, com uma câmera na ponta, analisa todo o esôfago, o estômago e o duodeno. Em algumas situações, outros exames mais específicos podem ser necessários para fazer o diagnóstico.
Refluxo tem cura?
O refluxo pode ter cura, e a maior parte do tratamento está apoiada em mudanças do estilo de vida. Em alguns pacientes, é preciso utilizar medicamentos e até mantê-los por tempo mais prolongado para evitar que o refluxo volte. “Em casos selecionados, procedimentos cirúrgicos e até endoscópicos podem ser indicados para resolver o problema do refluxo”, comenta o médico.
Confira cinco dicas que ajudam a melhorar a DRGE.
1 – Evitar o consumo de alimentos com uma substância chamada xantina, encontrada, por exemplo, em cafés, certos tipos de chá, chocolates, refrigerantes do tipo ‘cola’ ou em bebidas energéticas.
2 – Não deitar logo depois de comer. Aguardar pelo menos duas horas de intervalo entre a última refeição e o deitar.
3 – Comer devagar, mastigando bem os alimentos.
4 – Não fumar! O cigarro é um fator de piora muito importante do refluxo e de outras inúmeras doenças.
5 – Emagrecer, caso esteja acima do peso.
Para mais dicas, acesse nosso vídeo ou consulte um especialista.