Sociedade de Medicina alerta sobre a importância das consultas anuais ao oftalmologista após os 40 anos para evitar a cegueira causada pelo glaucoma

16 nov, 2021 | Notícias

Doença é a principal causa de cegueira irreversível do mundo; estima-se que de 2 a 3% da população brasileira acima dos 40 anos tenha glaucoma

 

O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Estima-se que de 2 a 3% da população brasileira acima de 40 anos possa ter a doença. Por ser silenciosa, muitas vezes, ela só é descoberta em estágio avançado. Quando diagnosticada e tratada no início, é possível evitar a perda da visão. Por isso, a SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas) orienta que pacientes acima de 40 anos – ou com histórico de glaucoma na família – façam consultas anuais ao oftalmologista, profissional capacitado para diagnosticar a doença ainda na fase inicial.

O glaucoma é um conjunto de doenças que apresentam em comum o aumento da pressão intraocular na maioria dos casos, com consequente morte das células do nervo óptico e da retina, levando a uma perda visual de fora para dentro irreversível. “Inicialmente, devemos explicar que, no olho, existe um líquido na parte anterior, que chamamos de humor aquoso. Esse líquido é produzido e drenado constantemente durante toda a vida. A pressão intraocular, em um olho normal, deve estar entre 6 e 21 milímetros de mercúrio.  Se por algum motivo, houver o aumento da produção ou, principalmente, uma diminuição da drenagem, há uma elevação da pressão intraocular, levando, na maioria das vezes, ao glaucoma”, explica o oftalmologista e coordenador do Departamento Científico da SMCC, Dr. Kleyton Barella.

De acordo com o especialista, o glaucoma pode ser classificado como: primário de ângulo aberto, quando o trabeculado, conhecido como “ralo” do olho, não está obstruído fisicamente; glaucoma primário de ângulo fechado, quando a íris periférica encosta nesse “ralo”, diminuindo a sua drenagem; glaucoma congênito ou juvenil, quando existe uma má formação ao nascimento nesse “ralo” de drenagem ocular; e os glaucomas secundários, que podem acontecer por traumas oculares, uso de medicamentos como corticoides, diabetes descontrolado, inflamações intraoculares, cataratas e tumores, entre outras causas.

“Na maioria das vezes, o glaucoma é uma doença assintomática até a fase mais grave, em que acontece a perda da visão periférica de forma irreversível. Em alguns casos, principalmente nos de glaucoma primário de ângulo fechado, a pressão intraocular pode subir muito e causar um glaucoma agudo, quadro que se caracteriza por muita dor ocular e baixa da acuidade visual. O diagnóstico é feito em uma consulta com o oftalmologista, que irá medir a pressão intraocular, verificar o trabeculado – ou “ralo” do olho – e o nervo óptico”, alerta Barella.

Para fazer o diagnóstico de qualquer tipo de glaucoma, além do exame clínico e de uma avaliação da história familiar da doença, o oftalmologista deve solicitar exames anatômicos do nervo óptico, retinografia e OCT (Tomografia de Coerência Óptica) ou tomografia, exame de campo visual, que analisa se já existe uma perda da visão comparada a pessoas com a mesma idade, e paquimetria, para refinar a pressão ocular medida. “Ao final, analisamos as características do exame oftalmológico junto com os exames complementares e julgamos se há o glaucoma em cada paciente”, comenta.

Os fatores de risco para o glaucoma são pressão intraocular elevada; miopia; história familiar positiva ou genética; raça negra para o glaucoma primário de ângulo aberto; hipermetropia para glaucoma primário de ângulo fechado; e idade elevada.

Segundo Barella, o único fator de risco modificável do glaucoma é a pressão intraocular. “Quando mais grave o glaucoma, menor ela deve ficar. O tratamento para baixar a pressão pode ser feito com colírios e LASER. Quando essas duas modalidades de tratamentos não conseguem manter a pressão intraocular baixa, partimos para procedimentos cirúrgicos”, afirma.

A prevenção, de acordo com o médico, é realizada através de uma consulta com o oftalmologista. Pacientes acima de 40 anos de idade ou pacientes com uma história familiar positiva de glaucoma devem visitar o profissional anualmente – ou com a periodicidade indicada pelo médico – para que a doença seja diagnosticada precocemente, com mais chances de se evitar a cegueira. “A chance de uma pessoa, com parente que tem a doença, também desenvolver o problema é quatro vezes maior do que uma pessoa sem histórico familiar”, alerta o oftalmologista.

Sobre a SMCC:

A SMCC é uma entidade associativa, que reúne milhares de médicos de Campinas e Região. Fundada em 1925, tem como objetivo promover o conhecimento científico entre os profissionais, oferecer benefícios e desenvolver projetos sociais direcionados à comunidade. É considerada a Casa do Médico de Campinas.

Informações à Imprensa

Capovilla Comunicação

Patrícia Capovilla

(19) 99284-1970

 

 

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