SERVIÇOS DE TRAUMA SE REÚNEM EM BRASÍLIA HOJE, 11/09

11 set, 2018 | Notícias


Integrante do Comitê de Cirurgia do Trauma da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e Chefe da Disciplina de Cirurgia do Trauma UNICAMP, Dr Gustavo Fraga, está em Brasília nesta terça-feira, 11/09, quando acontece uma reunião do Ministério da Educação. 

Na ocasião, várias solicitações da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT), da qual também foi presidente, poderão ser concedidas como a ampliação do período de um para dois anos de residência médica.

Após o atentado contra o candidato à presidência, Jair Bolsonaro (PSL), sofrido na última quinta-feira, 06/09, a SBAIT emitiu nota institucional em que se solidariza com o candidato e exalta o trabalho dos médicos da UTI Cirúrgica da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (MG), que com o rápido atendimento, salvaram a vida do deputado. 

Confira nota da SBAIT

A SMCC apoia a SBAIT na luta para melhor formação de profissionais e criação de centros de trauma. 

Formação dos Cirurgiões de Trauma

Representantes de cerca de 20 serviços de Trauma do País se reúnem hoje (11/09) em Brasília para discutir a ampliação do tempo de residência de um para dois anos na área de atuação de Cirurgia do Trauma. 

A mudança, que vem sendo pleiteada há anos pela SBAIT (Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado), tem como principal objetivo melhorar a formação dos cirurgiões de trauma, que são os responsáveis pelos cuidados cirúrgicos em situações de urgência e emergência e, consequentemente, melhorar o atendimento prestado às vítimas de trauma. 

O encontro de Brasília será dividido em dois momentos: no primeiro, às 11h, os cirurgiões se reúnem no Hospital de Base para finalizar a proposta da residência para o período de dois anos. Na sequência, às 14h, eles se reúnem no Ministério da Educação, com a coordenadora geral das Residências em Saúde da Secretaria Executiva Nacional da Comissão Nacional de Médicos Residentes (CNRM) do MEC, Rosana Leite de Melo. “Na primeira reunião, vamos definir todos os detalhes da residência de Cirurgia do Trauma em dois anos e, na segunda, apresentar ao governo. 

A Cirurgia do Trauma é uma área muito importante e nós sabemos que a formação em nosso País não é suficiente para que o profissional de fato esteja preparado para o atendimento às vítimas, já que é uma área que exige procedimentos rápidos, decisões imediatas, intervenções agressivas e, muitas vezes, lidar com a iminência da morte”, destaca o coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Geral do Conselho Federal de Medicina (CFM), Jorge Carlos M. Curi.

De acordo com dados do DataSUS, 155.861 pessoas morreram vítimas de Trauma em 2016 no Brasil. “O Trauma é a terceira causa de morte do País, de forma geral, e a primeira, dentro da população mais jovem. A maioria é vítima da violência e de ocorrências de trânsito. O primeiro atendimento prestado a essas pessoas é crucial para evitar óbitos e para minimizar possíveis sequelas. Por isso, precisamos ter profissionais bem formados. Muitos hospitais do País estão em situações precárias, sem recursos. 

O trauma é muito negligenciado no Brasil e ele precisa se tornar uma prioridade, tanto em políticas públicas de prevenção quanto no atendimento”, afirma o atual presidente da SBAIT, José Mauro da Silva Rodrigues.

Atualmente, para um médico se tornar cirurgião do Trauma, ele precisa cursar a faculdade de Medicina, fazer dois anos de residência em Cirurgia Geral e mais um ano em Cirurgia do Trauma. “O Brasil é um dos únicos países do mundo que confere o título de Cirurgião Geral ao médico após dois anos de residência. Com mais um ano de área de atuação em Cirurgia do Trauma, não é possível formar um profissional que conheça epidemiologia, prevenção, atue em pré-hospitalar, seja competente em diagnóstico e conduta (cirúrgica ou não) na sala de urgência, tenha liderança para atuar com outros profissionais e especialidades médicas que o traumatizado grave exige, que desenvolva a técnica cirúrgica de casos complexos, atue em unidade de terapia intensiva cirúrgica, registre e monitore a qualidade do atendimento prestado, auxilie na reabilitação da vítima, desenvolva pesquisa, entre outras habilidades que precisam ser adquiridas nessa fase de treinamento”, reforça Gustavo Pereira Fraga, diretor da SBAIT. 

Com a nova proposta o programa de Cirurgia Geral já passou para 3 anos de duração, e com a área de atuação em Cirurgia do Trauma em 2 anos, o treinamento será num total de cinco anos, se aproximando do que é realizado em países do primeiro mundo.

Com colaboração da SBAIT 

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